Foi construída nos fins do século
XVIII, e pelo seu aspecto, contemporânea da nau “D. Maria I”. Pertenceu à Marinha
de Goa. Era navio de grande tonelagem e fez várias derrotas à Índia, como nau
de viagem, transportando carregamentos valiosos. Por aqueles tempos todos os
navios andavam corridos de artilharia e as grandes charruas mercantes
portuguesas eram notáveis pelo seu aspecto militar.
O modelo apresentado, ainda que
duvidoso e muito avariado, foi comprado em 1888 pelo contra-almirante António
do Nascimento Pereira de Sampaio para o Museu de Marinha. Foi depois
restaurado, com o possível rigor, sob a direção do Segundo Tenente graduado
Luiz Baptista Gonçalves, mestre de aparelho e manobra da Escola Naval.
Na Marinha de Goa, de 1776 a
1800, figurou uma fragata “S. Francisco Xavier”, de quarenta e duas peças. O
Vice-Rei, conde da Ega, mandou, em 1758, construir em Damão vários navios,
achando que as fragatas de quarenta, trinta e vinte e quatro peças eram as mais
apropriadas para o serviço daquela costa, por se poderem aproximar mais de
terra. À falta de melhores indicações parece poder-se considerar este modelo como
sendo um dos navios desse tempo.
Em 1602 houve uma nau “S.
Francisco”, que encalhou nas pedras da barra de Coulão, e depois de reparada
regressou ao reino em 1604. Existe na Sociedade de Geografia de Lisboa uma
lápide, que esteve na Biblioteca Pública e depois na Escola Naval, que comemora
este facto. Servia de pedestal a uma cruz feita do mastro da nau e votada a S.
Francisco pelos tripulantes.
(In “Modelos de Navios” que pertenceram ao
Museu de Marinha, elaborado pelo Capitão de Fragata João Braz de Oliveira, em
1896).
Carlos Nunes Ferreira
Carlos Nunes Ferreira
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