CAP-TEN JOÃO MANUEL ALMEIDA
GODINHO
(08MAI1945/24FEV2013)
Pela Memória do nosso Amigo Godinho
Morrer
é deixar de ser visto! O amigo João Godinho deixou de ser visto, embora nos
acompanhe. Numa manhã típica do Alfeite, entre outros, rumou à Escola Naval
tendo por fim abraçar a aventura e o desafio de uma carreira ligada ao mar.
Franzino, determinado e solidário, o Godinho era amigo do seu amigo, qualidades
que o distinguiram sempre que chamado a participar em atividades académicas,
desportivas ou outras.
Ao
comum dos mortais, quando da última memória, nos inclinamos, com o respeito que
a todos incute, quando é dado o passo para o desconhecido! À família,
testemunha viva de toda uma vida, o nosso sincero sentimento recheado da amizade
que, já em tempo de reforma, se reforçou nos convívios do curso.
Do
“baú das memórias” retiro a alegria de viver cada momento, como se do último se
tratasse, quer quando enfrentou o balanço do mar ou o balanço dos desafios que
a vida lhe colocou, cujo último registo, a doença, enfrentou com dignidade e
esperança. Nas suas últimas presenças, quer em passeio ao Algarve quer no Clube
Militar Naval, em “Tertúlia do HC”, o amigo Godinho, irreverente e bem-disposto,
contava histórias recheadas de um imaginário e intensidade, mobilizadoras de
todos os que o escutavam. Ao “Tridente”, seu natural destino, fica o espaço em
aberto!
Durante
cerca de 29 anos, serviu a Marinha com a abnegação e intensidade de quem
escolhe, com amor e dedicação o seu destino profissional. Especializado em
Artilharia, foi nessa condição que, subindo a prancha de diversas unidades
navais, realizou cerca de oito mil horas de navegação, reveladoras do saber e
resistência ao meio - o mar - qualidades justamente enaltecidas, com destaque para
a Medalha de Serviços Distintos – Prata, com que foi distinguido.
Para
os que ficam, a dor e o sentimento de perda sem remissão exigem a reflexão e
amor dos que são queridos, família e amigos que, estamos certos, a Anita
encontrou nos seus filhos e restante família. Nós, os amigos que aprendemos a
partilhar a mesma camarata, estaremos sempre presentes com amizade. Até
sempre...
Nota: Texto enviado para publicação nos Anais do Clube Militar Naval.
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