A Câmara Municipal
de Palmela, através do Museu Municipal, divulgou uma interessantíssima peça
pedagógica por ocasião do 180.º aniversário
do nascimento do nosso Patrono, que ocorreu no passado dia 4 de fevereiro. Com a devida e respeitosa vénia aos seus
autores e também à informação obtida da Web,
aproveitamos esta ocasião para homenagear tão ilustre figura palmelense e
lembrar feitos da sua vida, alguns já expressos no Livro do Curso.
Nasceu no Castelo
de Palmela, filho do Major Félix António Gomes
Capelo, na altura Governador do forte. Dos seus dez irmãos, dois deles também
seguiram a carreira naval, tendo o João Carlos atingido o posto de Contra-Almirante
e o Guilherme Augusto de Vice-Almirante. Ambos se notabilizaram em áreas científicas,
tal como Félix António biólogo e oceanógrafo.
Hermenegildo Carlos
concluiu a Escola Naval em 1860 e ainda como aspirante embarcou na corveta Estefânia para uma missão em Angola. Nessa
altura conheceu o futuro rei D. Luís, de quem se tornou amigo, que comandava a corveta Bartolomeu Dias integrada na
mesma missão. Em África efetuou diversas expedições científicas, não só em Angola
mas também em Moçambique, Cabo Verde e Guiné. Participou em combates, sempre
demonstrando valor e bravura. Regressou em 1876 já como Primeiro-Tenente, terminando
esta primeira etapa da sua atividade africana.

A primeira viagem - De Benguela
às Terras de Iaca (1877-1880)
Devido aos reconhecimentos científicos
efetuados quando da sua estadia em Angola, Hermenegildo Capelo foi escolhido e
nomeado para dirigir uma expedição científica à África Central, “no interesse
da ciência e da civilização”. O objetivo era estudar as relações entre as
bacias hidrográficas do rio Congo (Zaire) e do rio Zambeze e cartografar aqueles
territórios. Com a participação de Roberto Ivens, o êxito da expedição ficou
perpetuado no livro “De Benguela
às Terras de Iaca”. Regressaram a Lisboa em 1 de março de 1880 e são
recebidos triunfalmente.
A segunda viagem - De Angola à
Contra-Costa (1884-1885)
Dada a pretensão de criar um caminho
comercial que ligasse Angola e Moçambique, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens
foram novamente nomeados para procederem às necessárias explorações e investigações.
Tratando-se de territórios não cartografados, era essencial recorrer aos seus
conhecimentos de navegação marítima. Assim percorreram o sertão
africano entre Moçâmedes e Quelimane, territórios até então desconhecido para
os europeus. Esta expedição é
descrita no livro “De Angola à Contracosta”.
No regresso a Lisboa foram recebidos
triunfalmente pelo rei D. Luís e as festividades prolongaram-se por oito dias. Em
diversas instituições nacionais e estrangeiras realizaram-se sessões de
homenagem, nomeadamente no Clube Militar Naval. As Câmaras Legislativas proclamaram-nos
«Beneméritos da Pátria». De Paris receberam a Grande Medalha de Honra e foram
distinguidos com diversas outras condecorações internacionais. Palmela também
celebrou os feitos do seu conterrâneo.
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