Construída pelos
engenheiros construtores Luiz Silvério de Faria e António Maria de Faria,
aparelhada pelo primeiro-tenente graduado da Armada Faustino José Marques, em
1840.
Pela singular
ornamentação do beque parece ser este modelo o casco da Nau “S. Sebastião”,
modificado e apropriado para a demonstração do aparelho da cábrea. A cábrea era
sempre um navio antigo incapaz de navegar, e aproveitado para as referidas demonstrações.
A última em serviço do arsenal de Lisboa foi a nau “S. Vicente”, antiga “Rainha
de Portugal”, a qual foi lançada ao mar em 30 de Setembro de 1791. Fez parte da
esquadra do Marquês de Niza, e da que foi para o Brasil, em 1807, com a família
real.
A nau “S.
Sebastião”, de 64 peças, foi presente da cidade do Rio de Janeiro a el-rei D.
José I, em 1766. Em 20 de Setembro de 1793 saiu para o porto de Roses com a
esquadra que transportou a divisão auxiliar a Espanha, composta de 6 mil homens
que fizeram a guerra de Rossillon contra os franceses. Em 27 de Setembro de
1797 era comandada por Sampton Mitchel, capitão-de-mar-e-guerra ao serviço de
Portugal, e saiu de Lisboa para cruzeiro.
Fez parte da
esquadra do Marquês de Niza, que cooperou com a de Nelson no Mediterrânio. Em
1808, os franceses chamaram-lhe “Brazil” e vulgarmente “ Le Grand Dragon”, por
causa da figura de proa. Foi a Cadix, Leorne, e em 1817 ao Rio de Janeiro levar
o célebre iate real “Monte d’oiro”, o qual foi dentro do poço, entre os baleus
da nau. Foi este navio que recebeu um talão de quilha virando de querena sobre
barcaça, sendo o fabrico dirigido pelo hábil construtor naval António Joaquim
de Oliveira, capitão-tenente.
Foi desmanchada
em 1818 Junto ao reduto da inspeção do Arsenal de Marinha. Alguma madeira do
arco da quilha foi aproveitada, em 1857, para a construção da escuna a vapor
“Barão de Lazarim”.
(In “Modelos de
Navios” que pertenceram ao Museu de Marinha, elaborado pelo Capitão de Fragata
João Braz de Oliveira, em 1896).
Carlos Nunes Ferreira
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