NAU “D. MARIA I”
Sendo Ministro
da Marinha Martinho de Mello e Castro foi lançada ao mar em Lisboa, a 18 de
Dezembro de 1789, juntamente com a fragata “S. João Príncipe” e o brigue
“Falcão”.
Fez parte da
esquadra do Marquês de Niza que cooperou com a de Nelson, no Mediterrâneo
contra os franceses e berberescos. A 6 de Março de 1795 regressou de
Inglaterra, em catorze dias, fazendo parte da esquadra do comando de António
Januário do Valle. Vinha desarvorada e em conserva da “Conde D. Henrique”,
encalhando ao entrar da barra e safando no dia seguinte sem avarias
importantes.
Ficou em Lisboa
em 1807, quando a corte foi para o Brasil. Em 21 de Maio de 1808 os franceses
deram-lhe o nome de “Cidade de Lisboa”, e esteve sempre armada para defesa do
Tejo contra os ingleses. Foi a Cádis em socorro da “Fernando VII” contra os
populares, e ali foi a pique pouca de violento temporal, tendo no porão perto
cem peças de artilharia de bronze, que a regência do reino lhe tinha metido a
bordo em 1810, quando Massena chegou com o seu exército às linhas de Torres
Vedras, ameaçando a capital.
Era navio de
muita guinda e pouco lais, de excessivo jogar e de más qualidades náuticas. Foi
comandada numa viagem a Angola por Francisco de Paula Leite, que depois foi
Visconde de Veiros. Nessa viagem desarvorou e esteve em risco de perder-se. O
seu comandante, que já era chefe de divisão, passou ao exército com o posto de
brigadeiro.
Dimensões: 177
pés de quilha, 47 pés de boca, 37 pés e 6 polegadas de pontal, 74 peças.
Este modelo, a
seguir apresentado, pertenceu ao Museu da Ajuda.
(In “Modelos de
Navios” que pertenceram ao Museu de Marinha, elaborado pelo Capitão de Fragata
João Braz de Oliveira, em 1896).
Carlos Nunes
Ferreira
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