Capitão-Tenente ref.
HENRIQUE EUGÉNIO CLAUDINO MORGADO
(05-II-1944 – 14-II-2015)
O meu Amigo Henrique Claudino Morgado vai-me fazer
muita falta, como outros Amigos que também já perdi.
Conheci-o no átrio da EN quando nos preparávamos para
deixar a “paisanice” e tornarmo-nos garbosos (?) cadetes. Mas o Henrique tinha
algo que chamava a atenção e a todos fazia sorrir: não caminhava, deslizava de
mansinho. Logo surgiu a alcunha de “pisa flores”. O nosso Pisa acompanhava este
seu jeito peculiar com uma voz suave e uma bonomia que desafiavam a natural
agitação dos jovens camaradas e não resistiam a umas sevícias para tentarem
vê-lo agastado. Sem resultado; o nosso Henrique mantinha a sua calma olímpica e
desarmava qualquer um.
E não é que este mancebo ocupava a mesma camarata que
eu! Esta coincidência havia de me salvar de muita praxe porque eu era o menos
conspícuo dos 3 mancebos residentes. E
foi neste ambiente que começou a nossa amizade que se prolongou pela vida
apesar de muito distantes fisicamente. Ultimamente, a espaços, passávamos
longas horas no Skipe discorrendo sobre as nossas vidas passadas e reformadas, sobre os filhos e netos e claro está, sobre os
acontecimentos que a todos vão afetando. Vou sentir saudades dessas conversas.
Após a EN voltámos a estar profissionalmente juntos na
Escola de Fuzileiros. No dia da imposição das boinas o nosso Amigo acabava de
regressar de Lua-de-mel o que motivou muitos comentários simpaticamente
maliciosos por parte de camaradas e das mulheres dos camaradas. O Morgado, como
era conhecido, continuou mostrando o mesmo sorriso de sempre.
Da nossa amizade resultou o convite para padrinho da
filha mais velha, a Sofia.
Com as idas para Africa as nossas vidas foram-se
desencontrando. O Henrique já residia nos EUA, estava casado em segundas
núpcias quando voltei a saber dele.
Em Agosto de 2007, quando da sua visita a Portugal com
a mulher Adrienne almoçámos com mais amigos e confirmámos a nossa amizade, com
histórias alegres e menos alegres e muitos, muitos abraços. Foi a última vez
que pude Abraçar o Henrique “Pisa Flores”.
Paz à sua Alma.JAC
Nota: Texto enviado para publicação nos Anais do
Clube Militar Naval.
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