Ainda a propósito do discurso do Comandante
de Batalhão na abertura solene do ano letivo do Colégio lembro que o nosso curso tem três
distintos ex-alunos do Instituto dos Pupilos do Exército, instituição que
também foi alvo de estruturação imposta pelo MDN.
Do Victor Gonçalves de Brito recebemos um brilhante comentário
que reflete a indignação e a tristeza que todos nós ex-alunos destes colégios sentimos
pelo modo como o processo está a ser conduzido. Com a devida vénia seguidamente
o transcrevemos:
“A
propósito do teu texto inserido no blog do HC, em 21 de Outubro pp, onde
transcreves uma alocução do actual Comandante do Batalhão Escolar do Colégio
Militar, associo-me às tuas preocupações e refiro o meu total repúdio pela
maneira com o Ministro da Defesa Nacional tem conduzido os assuntos dos 3 EME -
CM, IO e IPE.
Tal
como noutros temas nacionais importantes, também na condução desastrada deste
assunto as virtudes do sistema democrático e do Estado de Direito têm sido
esticadas ao limite pelo actual Governo. Instituições seculares, com relevantes
serviços prestados nas áreas social e educacional, não deviam poder ser
abaladas por meros despachos ministeriais, imbuídos de preconceitos,
alguns dos quais nem publicados no DR foram.
O
facto do contexto social actual ser diferente e a necessidade de racionalizar a
gestão aconselham a uma reapreciação dos termos de funcionamento dos EME, mas
tal não deve ser motivo suficiente para que alguém leve por diante alterações
drásticas que abalam os fundamentos dessas Instituições, sem tomar em
consideração recomendações e pareceres de parcelas da sociedade, em particular
dos antigos alunos através das respectivas associações e sem envolver
deliberações da Assembleia da República.
O
processo em curso, que de modo manhoso pode levar ao encerramento do Instituto
de Odivelas, deve ser combatido até ao limite. O modo de actuação do Ministro
acabou por originar controvérsias sobre o direito de acesso aos EME, a
diferenciação de género nos bancos da escola, o internato/externato, etc. que
são matérias que faz sentido discutir, mas não em clima de coacção, depois da
publicação dos despachos ministeriais.
Como
ex-aluno do IPE e actual presidente da mesa da assembleia geral da respectiva
associação de antigos alunos (APE), nos últimos anos tenho acompanhado de perto
toda a problemática do IPE e estou convencido que estas nobres instituições,
com os ajustamentos que a evolução dos tempos aconselhe, continuam a ter lugar
numa sociedade democrática e que se pretende diversificada.
Termino
saudando com amizade todos os nossos Camaradas de Curso, ex-alunos do Colégio
Militar.
Victor
Gonçalves de Brito”
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