O Portão Verde, esse mítico destino, foi o ponto de encontro dos
HC’s. Em tempos idos, agora recordados com saudade contida, o Laranjeiro, era
“tomado de salto”, mesmo que o pretexto não passasse do “sabor da liberdade”!.
Em confortável autocarro, tomámos de assalto a BNL onde,
ameaçadoras plataformas flutuantes repousam, tendo o mar à espera!. Que meios…;
Qual o plano operacional…; Quais os resultados?. Enfim, um sem número de dados
e resultados, ansiosamente procurados e respondidos em detalhadas
apresentações, onde o audiovisual sugere e sugestiona. Somos um país onde o mar
que nos desafia se expande não só por razões climáticas como por tratados
internacionais!.
CITAN, Esquadrilha de Submarinos e Base de Fuzileiros, qual “jogo
de guerra naval”, apresentaram ameaças, determinaram meios e projetaram forças
tendo em comum o resultado: “MEIOS INSUFICIENTES E RECURSOS ESCASSOS”!.
Passo a passo, percorremos a BNL, desfilando entre os velhos edifícios
cheios de história e a vanguardista infraestrutura da Esquadrilha de
Submarinos, onde dois submarinos ameaçam o futuro das novas ameaças. Os velhos
edifícios, abrigo de organismos e serviços que o tempo apagou, foram então o
estímulo das memórias dos velhos marinheiros, como esteira de rota traçada na
vida vivida!.
A escotilha e escada quebra-costas, entrada do jovem “Arpão”,
foram ultrapassadas com justeza e esforço, para que um mundo novo de
“tecnologia de ponta” e ausência de espaço nos tomasse de assalto, qual filme
de ficção tendo extra-terrestres como protagonistas.
Ausentes do protagonismo reinante quanto ao processo de aquisição
e contrapartidas, os HC’s deixaram-se fotografar, jogaram dichotes e
embarcaram, assumindo a “quota cais alfeite” como meta inultrapassável, meta
largamente superada pelo Gaspar, senhor de invejável carreira dedicada a tão
preciosos meios (17 anos de percurso hierárquico).
Portaló ultrapassado e honras realizadas ao símbolo da Nação mais
coesa e antiga da velha Europa, o famoso Braz esperava-nos, o tal, o que nos
acompanha desde os tempos do “Vaga Morta”. O bacalhau à braz servido em boa companhia,
bem como o porto de honra, reanimaram o grupo, que, resistindo ao esmerado
serviço em pé e após singela cerimónia onde não faltou o bolo dos 50 anos, se
dirigiu ao N.R.P. “Corte Real”.
Testemunhas do vasto parque auto que preenche as instalações
navais, os navios de superfície, de diferentes gerações e proveniências,
aguardam ansiosos o “tocar à faina”, acesso ao mar que os viu nascer, ou seja
“O MAR…E A ESPERA”.
Ultrapassada a meia idade, a Corte Real, teme a canibalização em
proveito das suas irmãs, tal o rigor que a crise impõe, agora que a
modernização é uma miragem!. Percorrido o convés e identificados os requisitos
que, durante anos, lhe deram a classificação de “Novos Meios”, os HC’s,
reunidos no vasto hangar dos helicópteros, foram alvo de singela cerimónia,
durante a qual o comandante fez entrega de quadro da CR. Aos ex-CR’s fica para
memória futura.
O calor
apertava quando, à Base de Fuzileiros acedemos, última etapa de um bem
preenchido dia, tendo por tema, os meios da Marinha de hoje. As ameaças, que
por terra, mar e ar são fonte de preocupações dos teóricos e risco dos audazes,
no vasto terreno onde decorre o desempenho dos Fuzileiros, obrigam à análise
dos conflitos, tão disseminados quanto a instabilidade reinante e
desenvolvimento de técnicas e equipamento ajustado.
Apresentados
cenários, organização e meios, aguardáva-nos uma completa e detalhada
apresentação do equipamento, recursos humanos e preparação em espaço adequado.
A explicação por quem de direito não deixou dúvidas, os conflitos residentes proveem
de ameaças novas e em constante mutação!. O imprevisto, argumento do agente
ameaçador, torna obsoleto todo o equipamento e técnica em uso.
Impressionados
e bem dispostos, desmobilizámo-nos junto ao “Portão do Laranjeiro” com plena
convicção: NAVEGAR É PRECISO…
João Sadler Simões
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