"O
HC VAI AO PALÁCIO "
PRÓ-MEMÓRIA
Programa:
Domingo, 17OUT Viagem
para Vidago com almoço no Restaurante “Tromba Rija”, próximo da Batalha.
Cocktail e jantar na Garrafeira do “Palace Hotel”.
Segunda, 18OUT Passeio
a Montalegre com almoço no Restaurante “Dias” no Alto Rabagão. Jantar no Bar do
Hotel.
Terça, 19OUT Almoço
em Mirandela no Restaurante “Adega”. Visita a Bragança. Jantar na Garrafeira do
Hotel.
Quarta, 20OUT Passeio
e almoço em Vila Real no Hotel Mira Corgo. Visita à Casa de Mateus. Passagem
por S. Martinho de Anta e Sabrosa, onde o casal Centeno nos proporcionou um
beberete. Jantar na Garrafeira do Hotel.
Quinta, 21OUT Viagem
de regresso a Lisboa com almoço no Restaurante “Vidal” em Águeda.
Narrativa:
Cozinha de autor, escrita de
autor, essência de vidas em demanda de ventos favoráveis, estranhas ao risco.
Mutação, de Arquipelágico a
Palaciano, descontinuidade oceânica ou terrestre, pelo Atlântico ou pelo Túnel
do Marão, experiências sentidas com igual emoção, desafio que a Teresa
Barbieri tão bem soube interpretar e reverter em plano de viagem...Bem haja!
Alcântara, bairro que viu nascer o
Álvaro Gaspar, contautor do HC 2034, foi ponto de encontro, abraço não
regateado, rumo ao norte transmontano. Treze, superstição esquecida, tomaram
lugar, com S. Cristóvão à lapela e o Santinhos ao volante, o tempo foi, todo
ele, o encontro de amigas e amigos, sendo o elo o HC.
Vencida a densidade lisboeta e
saudado o sempre presente Grupo 1 de Escolas da Armada, o Tromba Rija, área por
Aljubarrota marcada, serviu almoço farto, entre conversas guardadas e
memórias escondidas, enfim, vivia-se o preâmbulo de um passeio ansiado!
Vias rápidas, destinos marcados,
ambiente a que o Sr. Santinhos correspondeu com profissionalismo e competência,
e eis a Belle Epoque servida por escadaria monumental! O PALÁCIO DE VIDAGO,
esse mesmo, projeto de D. Carlos l restaurado por Siza Vieira - arquitetura de
autor -, iria ser palco de mais um passeio HC, o primeiro sobre o tema: "O
HC ENTRE PALÁCIOS".
As malas, esse indesejável objeto,
quando se encerra jornada de mais de quatrocentos quilómetros, pelo sinuoso
trajeto do Douro Vinhateiro, subtraídas ao deslumbrado dono, só mais tarde, já
a ritualidade estava cumprida, foram no quarto depositadas!
Do espaço aos quartos, do
equipamento básico ao recreativo, do apetrechamento e cuidado termal ao
ambiental circundante, tudo é pensado e realizado ao pormenor. Os espaços, as
paredes, as escadarias, os vitrais, as passadeiras e tapetes, os arranjos
florais e as estatuetas, coerência decorativa de época marcante da
história europeia, agora projetada num modelo de turismo seletivo. O tempo
escasseia para oferta tão completa!
É dos relatos passados que ao
banho, em celha ou tina tomado, escassamente e com ajuda, escapava quem podia,
pois aos ilustres HC's e suas penélopes, assim apetecia, tal o desconforto da
tina e controlo de águas, quentes e frias! Meter fogueiro para tal aparato é
preciso. Aos mais incautos refilões foi dada promessa de alteração breve. Não
esqueçam, pois até 2034 contamos voltar!!!
Manhã livres, tardes culturais e
noites snack, dão para recordar.
Cabrilho, Fernão de Magalhães e
Carvalho Araujo, eminencias que, em pedra ou metal sonante, foram ideário
destas grisalhas figuras do presente, arrojados navegantes que, por mares e
terra escreveram páginas da história que dizem nossa e, por vezes partilhada.
Bem hajam, ilustres transmontanos!!!
Bruxas e bruxedos, terra que das
sextas treze faz remoque aos vivos que, estando frágeis em tudo acreditam,
paganismo que dá dimensão a comunidade para além dos montes, ou melhor
Montalegre. O Ecomuseu de Terras do Barroso - Padre Fontes, conhecido pelo
congresso para onde convergem bruxos, curandeiros e cartomantes, anualmente
realizado em Vilar de Perdizes. Percorrido o Castelo rodeado de árvores
milenares, a praça onde o Cabrilho (descobriu a Califórnia) domina, foi ponto
de encontro e regresso dos palacianos.
Piscina, banho revitalizador,
sauna e banho turco, imaginem só, fechou, com chave de ouro, a dureza das
terras de barroso! Pressão a mais ou a menos, e eis que, com estrondo, o Zenóbio
se espalhou, para não mais largar a ligadura técnica... Enfim bruxarias do
Padre Fontes ou...falta delas. As melhoras.
Bar aberto, isso mesmo, é o que
não faltava por aquelas paragens. Mesas e pedidos a condizer, e eis que,
desabonada, sobras de lauto almoço com o Alto Rabagão no horizonte, saltam para
a mesa, qual feira medieval à sombra de Palácio Real. Noite dentro, tocou a silêncio!
As magnólias e flora rara,
emprestavam ao vasto parque circundante, tons de verde e castanho, para gáudio
de caminhantes que, pela manhã deixavam a sua pegada, porventura ecológica. Não
o lauto pequeno almoço e, por certo, na balança descontavam!
Mirandela e Bragança, guardados
para o dia seguinte, com curta travessia pela EN2, estrada que, desde 1945, é o
orgulho e desafio de muitos portugueses, entre os quais o HC! Contamos
por lá andar!
Gente que tão bem sabe receber,
assim o fez no restaurante "A Adega", no coração de cidade onde a
alheira, pela sua qualidade e não só, é referência. A carne barrosã de
excelência veio à mesa e deixou memória. Para memória futura, fica a montagem a
que o António Luís se sujeitou, ao sobrepor a sua imagem às vestes de confrade
da "Confraria da Alheira" que o restaurante, orgulhosamente exibia.
Parabéns Centeno, fica-te bem!
Bragança, foi a cidade que se
seguiu. Urbe de extensa mancha urbana de arquitetura moderna, o que prova a
aposta no futuro, bem como um bem conservado património histórico, onde é de
realçar o Domus Municipalis, Igreja de S. Vicente, Castelo e Muralha, de
conservação cuidada. Da Torre de Menagem consta museu que ficou por visitar,
pelo acesso difícil e a fadiga dos "Velhos Marinheiros". Em café
próximo retemperamos energias para regresso, atormentado pela jornada leonina,
servida de numerosa claque!
Já em ambiente palaciano, a
vitória foi comemorada, com acolhimento excelente no Bar da Garrafeira.
Por fim, a capital distrital,
ocupou o último dia, dia parcialmente chuvoso, chuva que após o almoço deu
lugar a um tímido sol.
As cristas de galo, doce típico
recomendado pela Manuela Centeno, ilustre filha de Sabrosa, acompanharam um
excelente café, situado em frente à Igreja de S. Domingos, a "Pastelaria
Gomes". Da excelência do café ao degrau traiçoeiro na entrada vai uma
curta distância, tão curta quanto a queda da Carminho! Susto? Não só, não fosse
a farmácia da Maria João e a experiência acumulada, e os males seriam outros.
As cristas e os pitos, constaram
de encomenda das Penélopes presentes, tal o agrado.
O "Hotel Miracorgo",
unidade central e gozando de vista deslumbrante sobre o rio do mesmo nome,
presenteou os ilustres HC's e suas Penélopes, com um bacalhau de
excelente apresentação e sabor.
Após o almoço, decorreu visita
guiada ao Palácio de Mateus, casa do Morgado Sousa Botelho, obra do século XVIII,
do arquiteto Nasoni. Entre os seis volumes guardados na biblioteca, consta a
primeira edição dos Lusíadas, ilustrada.
Carvalho Araujo, ilustre
marinheiro que se notabilizou pelo sacrifício da própria vida por causa
nacional, ou Fernão de Magalhães notável marinheiro com igual sorte, têm em
comum, serem ilustres cidadãos de igual distrito: Vila Real.
Por sugestão do casal Centeno, ao
programa proposto foi introduzida alteração, colocando na OP Ordem de
Operações, visita a Sabrosa e S. Martinho de Anta, o que aconteceu em vez das
termas de Pedras Salgadas.
Terra de Miguel Torga, S. Martinho
de Anta, além do Centro Interpretativo e busto em granito, obra de Souto Moura,
tem negrito de grande porte com reprodução da cara do homenageado. Obra de belo
efeito!
Por fim, o casal António Luís e
Manuela Centeno, tiveram a gentileza e a amizade de, franquear as portas de sua
casa, em Sabrosa, oferecendo um porto. Bem hajam pela amizade!
Cozinha de autor, a pensionistas
vedada, ficou pela ementa generosamente descodificada, restando aos grisalhos
HC'S e suas penélopes, fazer da garrafeira local de convívio, com amizade.
Dia 21 de Outubro de 2021, pelas
1100 horas, dívida soberana regularizada, eis-nos de volta às Instalações
Navais de Alcântara, com ETA 1800 horas. Águeda e o Vidal, com iscas e leitão
nos recebeu e mereceu foto de família, para que no futuro conste! Até breve,
tão breve quanto a nossa vontade.
João Sadler Simões