quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

ENCONTRO DE JANEIRO

Todos os nomes, verso de moeda ao Hermenegildo Capelo dedicada, reconhecimento da amizade e generosidade com que o Zé sempre nos distinguiu, foi entregue em almoço que decorreu no CAS-Lisboa, no decurso da "Tertúlia de Janeiro". 
O Clube Militar Naval, casa das horas perdidas, porto de abrigo de gerações diversas, onde o mar, era o catalisador de uma vida, presente ou futura, posto de vigia ao Marquês de Pombal, preencheu espaço de afetos em tempo servidos em "casa de família". Instalações acolhedoras e de rara beleza, ofereciam os serviços de estar e convívio em áreas distintas, tendo nos seus quadros pessoal que, ao longo dos anos, souberam criar laços que, da funcionalidade à amizade, foram evoluindo. Entre estes, o Zé, 46 anos passados desde a sua admissão, testemunha de dias e noites de solidão, de desabafos de desencanto feitos, esperança de melhores dias, saudade dos que estão longe, vai deixar-nos! 
Do bar ao restaurante, entre almoços e jantares, a sua presença era uma constante, tão constante e importante quanto, agora, na condição de avô, aos filhos e netos acorre... 
Do Marques de Pombal à Defensores de Chaves, a mesma dedicação a mesma vontade de bem servir, dos cafés às "bombadas de whisky", dos trocos à foto de família, o Zé acode com o mesmo sorriso e boa vontade. 
Palavras ditas palavras escritas, aos treze HC's foi servida ementa cuidada, fechada com chave de ouro, o ouro do Douro colhido e tratado, dando corpo a generoso néctar, o Vinho do Porto, em cálice erguido: Obrigado amigo Zé, e até breve...
João Sadler Simões
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

CIDADE VELHA


Voltando à nossa estadia em Santiago veio a lembrança da visita à Cidade Velha que se tornou no primeiro entreposto da colonização portuguesa, dedicado ao tráfico e comércio de escravos e ponto de apoio dos navios portugueses. 
Inicialmente denominada Ribeira Grande, foi criada pelos portugueses com escravos trazidos da Guiné e, mais tarde, com europeus de outras origens, cuja miscigenação deu o povo hospitaleiro e afável que nos acolheu à sombra da morabeza e do no stress.
Lembramos o Forte Real de S. Filipe a Igreja de N. Sra do Rosário, o Pelourinho, a Rua Banana - a mais antiga de construção portuguesa e o bom almoço à beira mar.


domingo, 26 de janeiro de 2020

OS RABELADOS


Na visita a Cabo Verde em maio do ano passado, aquando da estadia em Santiago, visitámos a comunidade religiosa de rabelados de Espinho Branco. Trata-se de um dos grupos que em meados do século passado não aceitaram as reformas introduzidas no culto religioso católico. Este termo de origem portuguesa tem duas leituras: rebeldes e revelados.
Esta comunidade ainda vive um pouco isolada, tem um chefe espiritual e dedica-se maioritariamente à agricultura. A arte (pintura e escultura) é desenvolvida pelos artesãos, crianças e adultos. 
A venda de arte aos visitantes, a necessidade de instrução para as crianças e de conseguir trabalho fora, levam a uma progressiva abertura à sociedade. A sua cultura e tradições integram-se no património cultural cabo-verdiano.



sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

ENCONTRO DE JANEIRO

Conforme recente convocatória/aviso, o convívio deste mês efetuar-se-á no IASFA-Rua de S. José, na próxima terça-feira pelas 12.30.
É nosso convidado o Zé, Sr. José Adriano, a quem prestaremos merecida homenagem pelo significativo apoio que sempre nos deu no CMN.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

MEMÓRIA HC

“Folheando” a nossa MDHC diversos episódios do tempo de Escola vieram à mente, alguns na altura considerados perigosos e que hoje dão vontade de rir…
O mais significativo foi a “aventura africana” tão bem traduzida no quadro Mansoa Inesquecível que o Álvaro Gaspar fez para o Livro de Curso. À passagem pela casamata, a tropa a gozar: “Ah ganda Marinha para o mato sem armas! Queriam ser apanhados à mão…”
A travessia de Santo Antão por montanhas e escarpas em camionetes de carga. Passados 53 anos, com boas estradas e carrinhas turísticas hiaces, as condições melhoraram bastante.

Na Escola, o slide da “aldeia dos macacos” provocou algumas lesões. As quedas na rampa do CNOCA, os viranços à vela, os degraus do major (?) não passaram de sustos…

domingo, 19 de janeiro de 2020

NRP “HERMENEGILDO CAPELO”

Havendo algumas dúvidas sobre o destino da fragata que durante mais de 40 anos ostentou o nome do ilustre patrono do nosso curso, Vice-Almirante Hermenegildo Carlos de Brito Capelo, podemos dizer que o navio foi afundado ao largo de Portimão, em 15 de Junho de 2013, integrando a “esquadra” submersa que jaz no parque subaquático Ocean Revival, constituído pela “Oliveira e Carmo”, pelo “Zambeze”, e posteriormente pelo “Almeida Carvalho”, para realização de turismo de mergulho.
Pela informação obtida o afundamento deu-se em cerca de dois minutos através de diversos rombos no casco provocados por explosões controladas, ficando o navio assentado a cerca de 30 metros de profundidade.
Na net podem ser encontradas notícias e fotografias sobre o navio e o seu afundamento.
Por curiosidade, nas muitas comissões em África, a “Hermenegildo Capelo” terá cruzado o Equador cerca de sessenta vezes e, mais tarde, foi o primeiro navio a integrar MISEF’s na guarnição.
Muitos camaradas HC embarcaram na Capelo e o vínculo sentimental que nos ligava ao navio foi patenteado nas comemorações do 25º aniversário do nosso Curso em que um grupo significativo de camaradas passou o dia a bordo com saída do navio para o mar.

sábado, 18 de janeiro de 2020

NOTÍCIA HC


Concluída a tarefa de sistematização do nosso acervo documental/fotográfico, com mais de cinco mil itens, a “MEMÓRIA DIGITAL HC 1964-2019” está disponível dentro da família HagaCê.
Com vista à edição do Álbum que vai integrar o Núcleo HC do Museu da Escola Naval os "MEMORÁVEIS" viveram mais um dia dedicado à memória, para seleção dos respetivos itens.


 “Folheando” a MDHC encontrámos estes significativos postais criados pela ”Produções Gasparini”:




sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

NOTA NECROLÓGICA


Por não ter sido possível  publicar na altura do seu falecimento apresentamos agora a nota fúnebre.

CFR FRANCISCO JOSÉ COSTA PEREIRA



O Capitão-de-Fragata (Ref) Francisco José Costa Pereira faleceu em 3 de Maio de 2016, na sequência de doença invulgar e inesperada.
Nasceu em Portagem, concelho de Marvão, a 10 de Julho de 1946. Depois de frequentar localmente a instrução primária, ingressou em 1957 no Instituto dos Pupilos do Exército (IPE) tendo frequentado a vertente industrial do ensino aí ministrado, designadamente o curso médio de Electrotecnia e Máquinas. Em Setembro de 1964 ingressou na Escola Naval, classe de Engenheiro Maquinistas Navais (EMQ), integrando o curso “Hermenegildo Capelo”. Para além de bom aproveitamento escolar e académico, salientou-se no IPE como ginasta, integrando a respectiva classe especial de ginástica que nessa época tinha assinalável reputação, inclusivamente com actuações no estrangeiro. Na Escola Naval, a prática da vela despertou o seu interesse. No futebol, o seu apelido, homónimo de um famoso guarda-redes da época, ditou a sua posição nos jogos onde participava.
Foi promovido a guarda-marinha EMQ em 11 de Janeiro de 1968. Desempenhou funções a bordo de diversos navios, designadamente nos Patrulhas da classe Maio, NE Sagres e Fragatas da classe Alm. Pereira da Silva. Esteve em comissão em Moçambique, embarcado no Navio de Apoio Sam Brás em 1974/5.
Das comissões de serviço em organismos em terra, é de salientar a permanência de cerca de 6 anos e meio no Arsenal do Alfeite e, posteriormente, de 3 anos e meio na Escola de Máquinas, na qualidade de Director. No Arsenal, além de funções na Divisão de Mecânica, foi seguidamente assessor do Administrador, realizando estudos de reorganização da produção e integrando o grupo de oficiais da Armada na altura em serviço no organismo, que elaboraram os planos de formação em gestão para chefias directas e cargos afins, iniciativa que trouxe grandes benefícios ao funcionamento do estaleiro. Na sua acção enquanto Director da Escola de Máquinas, imprimiu uma nova dinâmica na gestão dos formadores, nomeadamente dos sargentos, com assinaláveis benefícios para melhoria da aprendizagem.
No âmbito militar foram-lhe atribuídos sete louvores individuais e foram-lhe concedidas as medalhas da Cruz Naval – 2ª classe, Mérito Militar – 2ª Classe e de Comportamento Exemplar de Prata.
Entretanto, na condição de “trabalhador- estudante”, licenciou-se em Psicologia Clínica no ISPA e concluiu o mestrado em Comportamento Organizacional no mesmo Instituto. Decidiu pôr termo à carreira no serviço activo da Marinha, tendo passado à situação de Reserva no posto de CFR em 1 de Outubro de 1991.
Dando sequência ao interesse pelas matérias das ciências da comunicação como campo aplicado da psicologia organizacional, começou por integrar projectos de consultadoria e formação nas áreas de gestão, comunicação e comportamento organizacional, e foi convidado a leccionar Psicologia da Publicidade, Comportamento do Consumidor e outras unidades curriculares da área comportamental e organizacional na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa (ESCS/IPL).
Deu assim início a uma segunda “carreira profissional” como docente do ensino superior e investigador, tendo obtido o doutoramento em Sociologia, na Universidade de Provence em 1999, a que acrescentou o doutoramento em Psicologia Organizacional pelo ISCTE. Contudo, manteve ligação à Marinha através da docência no Instituto Superior Naval de Guerra durante cerca de 18 anos, até atingir a reforma. Mais tarde exerceu a docência no Instituto Superior de Estudos Militares (IESM). Depois de reformado no sistema público em 2010, continuou a ligação ao ensino e à investigação como Professor Associado, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Foi professor visitante da Universidade Complutense de Madrid.
Na carreira académica, além do ensino, evidenciou um grande dinamismo quer em investigação quer no associativismo científico, sendo muito considerado pelos alunos e reconhecido pelos pares. Aprofundou a área da comunicação estratégica e foi coordenador do Observatório da Publicidade entre 2001 e 2010, onde desenvolveu actividade de investigação nos vários domínios da publicidade. Foi autor e co-autor de diversos livros de especialidade e de dezenas de artigos científicos. É co-autor do Caderno Naval nº 37 (Abril-Junho de 2011), editado pelo Grupo de Estudos e Reflexão Estratégica da Marinha, com o trabalho “Contributos para a Liderança Militar na Marinha de Guerra Portuguesa”.
Quer na carreira militar quer na sequência académica, manteve sempre o perfil de estudioso profundo dos assuntos, documentando-se e preparando as actuações e iniciativas com detalhe e profundidade. Nas situações de gestão, usou a persuasão pela palavra e pelo esclarecimento em detrimento de qualquer forma de autoritarismo.
Em síntese e finalizando, cita-se um excerto dum texto do Professor Jorge Veríssimo[1], Presidente da Escola Superior de Comunicação Social à data do falecimento:
Francisco Costa Pereira foi, acima de tudo, um homem bom! Um homem de valores, extremamente honesto e respeitador, humano e disponível, mas exigente e rigoroso. Estes princípios, valores primeiros da instituição militar, terão sido interiorizados por via da sua formação castrense.
Um amigo, um confidente, um conselheiro, um mentor. Um homem sério e despretensioso, que colocava os interesses institucionais acima de qualquer benefício ou vantagem pessoal. Foi também um intelectual discreto, que não precisava de se colocar em “bicos de pés” para ser ouvido. Era obstinado no seu trabalho, é certo, mas tal conferia-lhe o conhecimento e a legitimidade para se pronunciar, sem receios, nas mais diversas matérias das ciências sociais.
Victor Gonçalves de Brito
[1] Jorge Veríssimo, « Francisco Costa Pereira: um homem bom. Um intelectual. Um amigo, e um mentor (1946-2016) », Comunicação Pública [Online], Vol.11 nº 21 | 2016, posto online no dia 15 dezembro 2016


quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

ANIVERSÁRIO DO BLOGUE


Hoje, 1 de janeiro de 2020, comemoramos o 9º aniversário do Blogue do nosso Curso.
Não há motivo para grandes celebrações pois o objetivo de criar um espaço de convívio entre todos nós, que mantivesse viva a chama da camaradagem e da amizade que granjeámos ao longo da nossa vida naval não foi conseguido. É o espírito rebelde do HC…
Curiosamente o elevado número de visitas contrasta com a praticamente nula participação.
Aproveitamos para mais um apelo ao universo HC para colaboração. Se houver dúvidas na publicação, façam-no através do GT. Estaremos sempre disponíveis.
À família HagaCê e a todos os que nos visitam os nossos votos de Bom Ano, vento bonançoso, mar de feição e que nos vamos vendo, o que é bom sinal!
O GT HagaCê