Revista passada, entre sobreiros
de grande porte e decapados da sua rica sobrecasaca (a cortiça), aos incautos
transeuntes, surgia guarda de honra, ao cavalo lusitano entregue, ou não
estivéssemos acedendo à famosa Companhia das Lezírias. A chuva, que não dava
tréguas, anunciava o Outono e fertilizava os vastos hectares, património de
todos nós, nós os HC’s, que do restaurante “A Coudelaria”, fizeram guarida para
a comemoração dos 55 anos de existência. É verdade, foi em 1964, que este grupo
de humildes servidores, receberam o Alm. Hermenegildo Capelo como patrono, ano
após ano, pretexto para encontro, pleno de amizade.
Protocolo de inspiração insular,
foi critério seguido para, aos trinta e cinco HC’s presentes, proporcionar a
disciplina tão familiar ao grupo, onde esta é base de código de conduta. Pois
é, eramos trinta e cinco distribuídos por três mesas, mesas baptizadas
consoante as ilhas açorianas a visitar, em próximo “Passeio HC”, a saber: S.
Miguel; Pico e Faial. Ementa generosa, onde os ingredientes empregues,
beneficiam da qualidade e frescura dos vinte mil hectares da “Lezíria à
Beira-Tejo”, painel gastronómico de onde emanavam odores cruzados: polvo;
bacalhau; novilha; lombo de porco e arroz de pato, em regime buffet foram, em
revista passados e aprovados!
A Lezíria, designação comum de
grupo de escolas, o primeiro de outros onde, a especialização foi durante, anos
e anos, realizada, uma vez remodelada, deixou esqueleto, hoje memória destes
velhos marinheiros, tema de muitas conversas, saudade de vida vivida. É que era
ali, em Vila Franca de Xira, que tudo começava…
Já o licor de poejo fazia as
honras, temperando os doces e adoçando as vozes, quando ao ilustre HC Zenóbio
Cavaco foi dado o protagonismo, necessário e suficiente para, das letras às
palavras, instruir os presentes da aliciante oferta “AÇORES TRIPELÁGICO”,
passeio que o HC irá realizar em 2020. Timor Lorosa’e, passa a estar representado
no património HC que integra o Museu da Escola Naval, fruto de oferta feita
pelo ilustre HC Nunes Ferreira, que muito agradecemos.
E quando, pelos nossos setenta
anos de “idade naval”, nos sentarmos à mesa, quais os temas quais as conversas,
então num projectável ano 2034! Este e outros temas, o Alvarrinho tratava
com inteligência e elevado sentido de humor, humor servido
em bandeja de prata. Votos de rápidas e totais melhoras, foi sentimento vivido.
A chuva deu lugar ao Sol, tarde
dentro, e eis que os HC’s regressam a suas casas, após dia que recordamos para
que perdure nas “Memórias HC”.
João Sadler Simões