sexta-feira, 27 de março de 2015

NOTA FÚNEBRE



CAP-TEN JOÃO MANUEL ALMEIDA GODINHO
(08MAI1945/24FEV2013)

Pela Memória do nosso Amigo Godinho
Morrer é deixar de ser visto! O amigo João Godinho deixou de ser visto, embora nos acompanhe. Numa manhã típica do Alfeite, entre outros, rumou à Escola Naval tendo por fim abraçar a aventura e o desafio de uma carreira ligada ao mar. Franzino, determinado e solidário, o Godinho era amigo do seu amigo, qualidades que o distinguiram sempre que chamado a participar em atividades académicas, desportivas ou outras.
Ao comum dos mortais, quando da última memória, nos inclinamos, com o respeito que a todos incute, quando é dado o passo para o desconhecido! À família, testemunha viva de toda uma vida, o nosso sincero sentimento recheado da amizade que, já em tempo de reforma, se reforçou nos convívios do curso.
Do “baú das memórias” retiro a alegria de viver cada momento, como se do último se tratasse, quer quando enfrentou o balanço do mar ou o balanço dos desafios que a vida lhe colocou, cujo último registo, a doença, enfrentou com dignidade e esperança. Nas suas últimas presenças, quer em passeio ao Algarve quer no Clube Militar Naval, em “Tertúlia do HC”, o amigo Godinho, irreverente e bem-disposto, contava histórias recheadas de um imaginário e intensidade, mobilizadoras de todos os que o escutavam. Ao “Tridente”, seu natural destino, fica o espaço em aberto!
Durante cerca de 29 anos, serviu a Marinha com a abnegação e intensidade de quem escolhe, com amor e dedicação o seu destino profissional. Especializado em Artilharia, foi nessa condição que, subindo a prancha de diversas unidades navais, realizou cerca de oito mil horas de navegação, reveladoras do saber e resistência ao meio - o mar - qualidades justamente enaltecidas, com destaque para a Medalha de Serviços Distintos – Prata, com que foi distinguido.
Para os que ficam, a dor e o sentimento de perda sem remissão exigem a reflexão e amor dos que são queridos, família e amigos que, estamos certos, a Anita encontrou nos seus filhos e restante família. Nós, os amigos que aprendemos a partilhar a mesma camarata, estaremos sempre presentes com amizade. Até sempre...
Nota: Texto enviado para publicação nos Anais do Clube Militar Naval.

Sem comentários: