Homenagem
Nacional aos Combatentes-2016
Conforme anteriormente publicado o nosso camarada
Victor Lobo Cajarabille presidiu à Comissão Executiva para a Homenagem Nacional
aos Combatentes-2016.
Nesta condição usou da palavra na cerimónia realizada junto ao Monumento
aos Combatentes do Ultramar.
Pelo
seu enorme interesse publica-se o discurso então proferido:
Excelentíssimas Entidades
civis, militares e religiosas
Digníssimos Convidados
Caros Combatentes
Portugueses
Esta cerimónia
destina-se a homenagear todos os que combateram por Portugal em qualquer época
e em qualquer lugar do mundo. Por essa razão foi escolhido o dia de Portugal,
porque só a dedicação ao país justifica o esforço e o sofrimento inerentes às
campanhas militares.
Mas, de entre tantos,
devemos destacar os que sacrificaram a própria vida em função da exigência das
missões e dos atos de coragem e bravura, bem como os que pelos mesmos motivos
ficaram marcados para o resto da vida com deficiências relevantes.
Parece-me ainda
pertinente exaltar os nossos camaradas contemporâneos que se bateram no
Ultramar e com os quais convivemos e partilhamos a mesma vontade de honrar
Portugal. O monumento que se ergue à nossa frente significa que a sua memória
jamais será apagada.
Dir-se-á que esta
homenagem é um ato simbólico, o que é verdade. Mas, na realidade, os valores
que afirmamos e defendemos ultrapassam em larga escala o simbolismo, porque se
trata de um património da história de Portugal, escrito com o sangue dos
combatentes. Compete-nos respeitar e louvar estes portugueses, os melhores de
nós, que nos legaram o exemplo sublime da generosidade, dedicando à Pátria o
seu maior sacrifício, sem recompensa possível.
A Pátria deve ser
encarada como a nossa família alargada e que inspira responsabilidades comuns
pelo destino coletivo. Todos os portugueses têm o direito e o dever de defender
a Pátria, conforme se encontra consagrado na Lei. Porém, os combatentes
diferenciam-se pela natureza dos perigos que enfrentam.
Para honrar os que
morreram pela Pátria é igualmente necessário dignificar os vivos que se bateram
por ela e os que estão prontos a fazê-lo. Por isso, não esquecemos os militares
que, hoje e certamente amanhã, continuarão a participar em teatros de operações
em que o combate é pelo menos uma possibilidade.
Combatentes
Temos também a grande
responsabilidade de transmitir uma mensagem de ânimo às novas gerações para que
não deixem de lutar por Portugal com ou sem armas, conforme as exigências.
E não se pense que no
futuro os conflitos armados serão raros ou muito pouco prováveis ou que o
envolvimento de Portugal não seja requerido. O ambiente internacional de hoje é
instável e imprevisível caracterizado por ameaças que não vão desaparecer
certamente nas próximas décadas. Portugal não está isolado no sistema
internacional e a qualquer momento pode ser compelido a participar em operações
militares com qualquer grau de intensidade.
Portanto, será sempre
necessário encontrar a força, a energia e a vontade de fazer sacrifícios pelo
país, especialmente quando as circunstâncias são mais penosas.
Combatentes
Dedicação, honra e
disciplina são três grandes referências que interiorizamos na vida militar em
comunhão com os nossos companheiros. Sabemos o que significa cumprir um dever
arrojado, sabemos apreciar a solidariedade que emerge nos momentos supremos
para nos ajudarmos mutuamente.
Hoje e sempre
afirmamos que os mesmos sentimentos perduram para além da vida e a vossa
presença nesta evocação é um sinal inequívoco de que esta homenagem é
profundamente sentida e desejada pelos que serviram Portugal com grandeza.
Os nossos antepassados
que fizeram história e que combateram antes de nós iluminaram o caminho para
que os pudéssemos seguir quando necessário. Legamos aos vindouros a mesma
memória agora ajustada aos tempos modernos, como marca da nossa identidade.
A missão que assumimos
está assim definida, com a certeza de quem pertence ao povo de Portugal com
orgulho e devoção.
Honremos os
combatentes, viva Portugal!
10 de Junho de 2016
Vice-Almirante Ref. Victor Manuel Bento e Lopo
Cajarabille
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