quarta-feira, 23 de outubro de 2013

COLÉGIO MILITAR


Ainda a propósito do discurso do Comandante de Batalhão na abertura solene do ano letivo do Colégio lembro que o nosso curso tem três distintos ex-alunos do Instituto dos Pupilos do Exército, instituição que também foi alvo de estruturação imposta pelo MDN.
Do Victor Gonçalves de Brito recebemos um brilhante comentário que reflete a indignação e a tristeza que todos nós ex-alunos destes colégios sentimos pelo modo como o processo está a ser conduzido. Com a devida vénia seguidamente o transcrevemos:
“A propósito do teu texto inserido  no blog do HC, em 21 de Outubro pp, onde transcreves uma alocução do actual Comandante do Batalhão Escolar do Colégio Militar, associo-me às tuas preocupações e refiro o meu total repúdio pela maneira com o Ministro da Defesa Nacional tem conduzido os assuntos dos 3 EME - CM, IO e IPE.
Tal como noutros temas nacionais importantes, também na condução desastrada deste assunto as virtudes do sistema democrático e do Estado de Direito têm sido esticadas ao limite pelo actual Governo. Instituições seculares, com relevantes serviços prestados nas áreas social e educacional, não deviam poder ser abaladas por meros despachos ministeriais, imbuídos de preconceitos, alguns dos quais nem publicados no DR foram.
O facto do contexto social actual ser diferente e a necessidade de racionalizar a gestão aconselham a uma reapreciação dos termos de funcionamento dos EME, mas tal não deve ser motivo suficiente para que alguém leve por diante alterações drásticas que abalam os fundamentos dessas Instituições, sem tomar em consideração recomendações e pareceres de parcelas da sociedade, em particular dos antigos alunos através das respectivas associações e sem envolver deliberações da Assembleia da República.
O processo em curso, que de modo manhoso pode levar ao encerramento do Instituto de Odivelas, deve ser combatido até ao limite. O modo de actuação do Ministro acabou por originar controvérsias sobre o direito de acesso aos EME, a diferenciação de género nos bancos da escola, o internato/externato, etc. que são matérias que faz sentido discutir, mas não em clima de coacção, depois da publicação dos despachos ministeriais.
Como ex-aluno do IPE e actual presidente da mesa da assembleia geral da respectiva associação de antigos alunos (APE), nos últimos anos tenho acompanhado de perto toda a problemática do IPE e estou convencido que estas nobres instituições, com os ajustamentos que a evolução dos tempos aconselhe, continuam a ter lugar numa sociedade democrática e que se pretende diversificada.
Termino saudando com amizade todos os nossos Camaradas de Curso, ex-alunos do Colégio Militar.
Victor Gonçalves de Brito”

Sem comentários: