quinta-feira, 25 de março de 2021

O PATRONO DO NOSSO CURSO (I)

Vice-Almirante Hermenegildo Carlos de Brito Capelo (1841-1917)

A Câmara Municipal de Palmela, através do Museu Municipal, divulgou uma interessantíssima peça pedagógica por ocasião do 180.º aniversário do nascimento do nosso Patrono, que ocorreu no passado dia 4 de fevereiro. Com a devida e respeitosa vénia aos seus autores e também à informação obtida da Web, aproveitamos esta ocasião para homenagear tão ilustre figura palmelense e lembrar feitos da sua vida, alguns já expressos no Livro do Curso.

Nasceu no Castelo de Palmela, filho do Major Félix António Gomes Capelo, na altura Governador do forte. Dos seus dez irmãos, dois deles também seguiram a carreira naval, tendo o João Carlos atingido o posto de Contra-Almirante e o Guilherme Augusto de Vice-Almirante. Ambos se notabilizaram em áreas científicas, tal como Félix António biólogo e oceanógrafo.

Hermenegildo Carlos concluiu a Escola Naval em 1860 e ainda como aspirante embarcou na corveta Estefânia para uma missão em Angola. Nessa altura conheceu o futuro rei D. Luís, de quem se tornou amigo, que comandava a corveta Bartolomeu Dias integrada na mesma missão. Em África efetuou diversas expedições científicas, não só em Angola mas também em Moçambique, Cabo Verde e Guiné. Participou em combates, sempre demonstrando valor e bravura. Regressou em 1876 já como Primeiro-Tenente, terminando esta primeira etapa da sua atividade africana.



A primeira viagem - De Benguela às Terras de Iaca (1877-1880)

Devido aos reconhecimentos científicos efetuados quando da sua estadia em Angola, Hermenegildo Capelo foi escolhido e nomeado para dirigir uma expedição científica à África Central, “no interesse da ciência e da civilização”. O objetivo era estudar as relações entre as bacias hidrográficas do rio Congo (Zaire) e do rio Zambeze e cartografar aqueles territórios. Com a participação de Roberto Ivens, o êxito da expedição ficou perpetuado no livro “De Benguela às Terras de Iaca”. Regressaram a Lisboa em 1 de março de 1880 e são recebidos triunfalmente.

A segunda viagem - De Angola à Contra-Costa (1884-1885)

Dada a pretensão de criar um caminho comercial que ligasse Angola e Moçambique, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens foram novamente nomeados para procederem às necessárias explorações e investigações. Tratando-se de territórios não cartografados, era essencial recorrer aos seus conhecimentos de navegação  marítima. Assim percorreram o sertão africano entre Moçâmedes e Quelimane, territórios até então desconhecido para os europeus. Esta expedição é descrita no livro “De Angola à Contracosta”.

No regresso a Lisboa foram recebidos triunfalmente pelo rei D. Luís e as festividades prolongaram-se por oito dias. Em diversas instituições nacionais e estrangeiras realizaram-se sessões de homenagem, nomeadamente no Clube Militar Naval. As Câmaras Legislativas proclamaram-nos «Beneméritos da Pátria». De Paris receberam a Grande Medalha de Honra e foram distinguidos com diversas outras condecorações internacionais. Palmela também celebrou os feitos do seu conterrâneo.


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