sábado, 11 de abril de 2015

NOTA FÚNEBRE


Capitão-Tenente ref.
HENRIQUE EUGÉNIO CLAUDINO MORGADO

(05-II-1944 – 14-II-2015) 

O meu Amigo Henrique Claudino Morgado vai-me fazer muita falta, como outros Amigos que também já perdi.
Conheci-o no átrio da EN quando nos preparávamos para deixar a “paisanice” e tornarmo-nos garbosos (?) cadetes. Mas o Henrique tinha algo que chamava a atenção e a todos fazia sorrir: não caminhava, deslizava de mansinho. Logo surgiu a alcunha de “pisa flores”. O nosso Pisa acompanhava este seu jeito peculiar com uma voz suave e uma bonomia que desafiavam a natural agitação dos jovens camaradas e não resistiam a umas sevícias para tentarem vê-lo agastado. Sem resultado; o nosso Henrique mantinha a sua calma olímpica e desarmava qualquer um.
E não é que este mancebo ocupava a mesma camarata que eu! Esta coincidência havia de me salvar de muita praxe porque eu era o menos conspícuo dos 3 mancebos residentes. E foi neste ambiente que começou a nossa amizade que se prolongou pela vida apesar de muito distantes fisicamente. Ultimamente, a espaços, passávamos longas horas no Skipe discorrendo sobre as nossas vidas passadas e reformadas, sobre os filhos e netos e claro está, sobre os acontecimentos que a todos vão afetando. Vou sentir saudades dessas conversas.
Após a EN voltámos a estar profissionalmente juntos na Escola de Fuzileiros. No dia da imposição das boinas o nosso Amigo acabava de regressar de Lua-de-mel o que motivou muitos comentários simpaticamente maliciosos por parte de camaradas e das mulheres dos camaradas. O Morgado, como era conhecido, continuou mostrando o mesmo sorriso de sempre.
Da nossa amizade resultou o convite para padrinho da filha mais velha, a Sofia.
Com as idas para Africa as nossas vidas foram-se desencontrando. O Henrique já residia nos EUA, estava casado em segundas núpcias quando voltei a saber dele.
Em Agosto de 2007, quando da sua visita a Portugal com a mulher Adrienne almoçámos com mais amigos e confirmámos a nossa amizade, com histórias alegres e menos alegres e muitos, muitos abraços. Foi a última vez que pude Abraçar o Henrique “Pisa Flores”.
Paz à sua Alma.
                                                                                                                 JAC                

 O Curso Hermenegildo Capelo perdeu um bom camarada e amigo e expressa o seu profundo pesar à sua mulher Adrienne Taffoni Morgado e aos seus filhos Ana Filipa, Sofia, Luís, Nuno e Frank.
A certeza de se poderem orgulhar do ente querido que perderam.

Nota: Texto enviado para publicação nos Anais do Clube Militar Naval.

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