quinta-feira, 11 de maio de 2023

PASSEIO HC-GUADIANA INTERNACIONAL

A PROPÓSITO DO PASSEIO DE 2023

Sede da Ordem de Cristo, ordem que a D. Dinis se deve a criação, Castro Marim, é testemunha do ato pelo qual ao Rei Filipe II de Espanha I de Portugal, é entregue o trono deixado vago por morte de D. Henrique. Outros factos outras histórias, no remoto ano de 1580, abriu portas à nação Ibérica, experiência de 60 anos, tal a duração da dinastia dos Filipes.
Entre Tomar e Castro Marim, entre templários e fiéis a Cristo, para os naturais, é o sal, marinho e de qualidade única, que ainda marca presença com as salinas, ainda em exploração! Antes para a salga e consequente conservação, agora para o equilíbrio alimentar, o sal, gema ou marino, é fator de desenvolvimento económico, em região, onde a diversificação é "palavra de ordem".
A história das povoações e património, está sempre associado aos reis que, conquistaram, povoaram, deram-lhe estatuto administrativo e defenderam. O Algarve tem em D. Afonso III o conquistador, em D. Dinis o povoador, povoamento que, em particular na raia, se fazia instituindo coutos de homiziados ou seja, locais com estatuto de privilégio, é o caso de Castro Marim. Reconquistada a independência, em 1640, D. João IV reforça a defesa territorial com o Forte de S. Sebastião, entretanto recuperado.
Com o assoreamento da foz do rio e desenvolvimento de Vila Real de S. António bem como da Praia da Altura, Castro Marim chega aos dias de hoje como vila turística presente nos roteiros locais. É recomendação turística: o Centro Interpretativo, a Casa do Sal, a Fortaleza de S. Sebastião, o Castelo, enfim, tudo isto envolto em paisagem única!
Entre castros, pois de Castro Marim a Castro Verde, temos o passeio desenhado, castros que, têm em comum, a resistência de quem lá vivia ao exército invasor, nomeadamente os romanos! Muralhas circulares, defensivas das comunidades ou das famílias, resistiram à violência dos romanos e do tempo, embora, a oposição inerente, suscitasse a retaliação do invasor e destruição.
A cidade de Vila Real de S. António, cuja arquitetura tem evidente assinatura pombalina, é construída em meados da década de setenta do século XVIII, segundo o inovador método de construção modular aplicado em Lisboa.
Entre os naturais, é de realçar António Aleixo poeta popular, cujo reconhecimento regional, passou pela instalação de Centro Cultural a ele dedicado, obra que resultou da requalificação do mercado. É neste que, para além da obra do poeta, consta exposição do Mestre Manuel Cabanas, artista plástico da técnica da xilogravura, nascido em Vila Nova de Cacela, localidade onde foi instalado busto em sua honra. Da história consta a participação cívica contra a ditadura, tendo mesmo sido privado da liberdade.
Por fim acentuo a prevista visita ao farol, o primeiro instalado no Algarve, sendo o ano em curso dedicado às cerimónias do seu centenário. Das comemorações consta, além de exposição no Arquivo Municipal, o lançamento pelos CTT, de selo alusivo.
João Sadler Simões



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