A PROPÓSITO DO PASSEIO DE 2023
Sede da Ordem de Cristo, ordem que a D. Dinis se deve a
criação, Castro Marim, é testemunha do ato pelo qual ao Rei Filipe II de
Espanha I de Portugal, é entregue o trono deixado vago por morte de D. Henrique.
Outros factos outras histórias, no remoto ano de 1580, abriu portas à nação
Ibérica, experiência de 60 anos, tal a duração da dinastia dos Filipes.
Entre Tomar e Castro Marim, entre templários e fiéis a
Cristo, para os naturais, é o sal, marinho e de qualidade única, que ainda
marca presença com as salinas, ainda em exploração! Antes para a salga e
consequente conservação, agora para o equilíbrio alimentar, o sal, gema ou
marino, é fator de desenvolvimento económico, em região, onde a diversificação
é "palavra de ordem".
A história das povoações e património, está sempre associado
aos reis que, conquistaram, povoaram, deram-lhe estatuto administrativo e
defenderam. O Algarve tem em D. Afonso III o conquistador, em D. Dinis o
povoador, povoamento que, em particular na raia, se fazia instituindo coutos de
homiziados ou seja, locais com estatuto de privilégio, é o caso de Castro
Marim. Reconquistada a independência, em 1640, D. João IV reforça a defesa
territorial com o Forte de S. Sebastião, entretanto recuperado.
Com o assoreamento da foz do rio e desenvolvimento de Vila
Real de S. António bem como da Praia da Altura, Castro Marim chega aos dias de
hoje como vila turística presente nos roteiros locais. É recomendação
turística: o Centro Interpretativo, a Casa do Sal, a Fortaleza de S. Sebastião,
o Castelo, enfim, tudo isto envolto em paisagem única!
Entre castros, pois de Castro Marim a Castro Verde, temos o
passeio desenhado, castros que, têm em comum, a resistência de quem lá vivia ao
exército invasor, nomeadamente os romanos! Muralhas circulares, defensivas das
comunidades ou das famílias, resistiram à violência dos romanos e do tempo,
embora, a oposição inerente, suscitasse a retaliação do invasor e destruição.
A cidade de Vila Real de S. António, cuja arquitetura tem
evidente assinatura pombalina, é construída em meados da década de setenta do
século XVIII, segundo o inovador método de construção modular aplicado em
Lisboa.
Entre os naturais, é de realçar António Aleixo poeta
popular, cujo reconhecimento regional, passou pela instalação de Centro
Cultural a ele dedicado, obra que resultou da requalificação do mercado. É
neste que, para além da obra do poeta, consta exposição do Mestre Manuel
Cabanas, artista plástico da técnica da xilogravura, nascido em Vila Nova de
Cacela, localidade onde foi instalado busto em sua honra. Da história consta a
participação cívica contra a ditadura, tendo mesmo sido privado da liberdade.
Por fim acentuo a prevista visita ao farol, o
primeiro instalado no Algarve, sendo o ano em curso dedicado às cerimónias do
seu centenário. Das comemorações consta, além de exposição no Arquivo
Municipal, o lançamento pelos CTT, de selo alusivo.João Sadler Simões
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