quarta-feira, 29 de outubro de 2014

50º ANIVERSÁRIO

NAVEGAR É PRECISO…..
O Portão Verde, esse mítico destino, foi o ponto de encontro dos HC’s. Em tempos idos, agora recordados com saudade contida, o Laranjeiro, era “tomado de salto”, mesmo que o pretexto não passasse do “sabor da liberdade”!.
Em confortável autocarro, tomámos de assalto a BNL onde, ameaçadoras plataformas flutuantes repousam, tendo o mar à espera!. Que meios…; Qual o plano operacional…; Quais os resultados?. Enfim, um sem número de dados e resultados, ansiosamente procurados e respondidos em detalhadas apresentações, onde o audiovisual sugere e sugestiona. Somos um país onde o mar que nos desafia se expande não só por razões climáticas como por tratados internacionais!.
CITAN, Esquadrilha de Submarinos e Base de Fuzileiros, qual “jogo de guerra naval”, apresentaram ameaças, determinaram meios e projetaram forças tendo em comum o resultado: “MEIOS INSUFICIENTES E RECURSOS ESCASSOS”!.
Passo a passo, percorremos a BNL, desfilando entre os velhos edifícios cheios de história e a vanguardista infraestrutura da Esquadrilha de Submarinos, onde dois submarinos ameaçam o futuro das novas ameaças. Os velhos edifícios, abrigo de organismos e serviços que o tempo apagou, foram então o estímulo das memórias dos velhos marinheiros, como esteira de rota traçada na vida vivida!.
A escotilha e escada quebra-costas, entrada do jovem “Arpão”, foram ultrapassadas com justeza e esforço, para que um mundo novo de “tecnologia de ponta” e ausência de espaço nos tomasse de assalto, qual filme de ficção tendo extra-terrestres como protagonistas. 
Ausentes do protagonismo reinante quanto ao processo de aquisição e contrapartidas, os HC’s deixaram-se fotografar, jogaram dichotes e embarcaram, assumindo a “quota cais alfeite” como meta inultrapassável, meta largamente superada pelo Gaspar, senhor de invejável carreira dedicada a tão preciosos meios (17 anos de percurso hierárquico).
Portaló ultrapassado e honras realizadas ao símbolo da Nação mais coesa e antiga da velha Europa, o famoso Braz esperava-nos, o tal, o que nos acompanha desde os tempos do “Vaga Morta”. O bacalhau à braz servido em boa companhia, bem como o porto de honra, reanimaram o grupo, que, resistindo ao esmerado serviço em pé e após singela cerimónia onde não faltou o bolo dos 50 anos, se dirigiu ao N.R.P. “Corte Real”.
Testemunhas do vasto parque auto que preenche as instalações navais, os navios de superfície, de diferentes gerações e proveniências, aguardam ansiosos o “tocar à faina”, acesso ao mar que os viu nascer, ou seja “O MAR…E A ESPERA”.
Ultrapassada a meia idade, a Corte Real, teme a canibalização em proveito das suas irmãs, tal o rigor que a crise impõe, agora que a modernização é uma miragem!. Percorrido o convés e identificados os requisitos que, durante anos, lhe deram a classificação de “Novos Meios”, os HC’s, reunidos no vasto hangar dos helicópteros, foram alvo de singela cerimónia, durante a qual o comandante fez entrega de quadro da CR. Aos ex-CR’s fica para memória futura.
O calor apertava quando, à Base de Fuzileiros acedemos, última etapa de um bem preenchido dia, tendo por tema, os meios da Marinha de hoje. As ameaças, que por terra, mar e ar são fonte de preocupações dos teóricos e risco dos audazes, no vasto terreno onde decorre o desempenho dos Fuzileiros, obrigam à análise dos conflitos, tão disseminados quanto a instabilidade reinante e desenvolvimento de técnicas e equipamento ajustado.
Apresentados cenários, organização e meios, aguardáva-nos uma completa e detalhada apresentação do equipamento, recursos humanos e preparação em espaço adequado. A explicação por quem de direito não deixou dúvidas, os conflitos residentes proveem de ameaças novas e em constante mutação!. O imprevisto, argumento do agente ameaçador, torna obsoleto todo o equipamento e técnica em uso.
Impressionados e bem dispostos, desmobilizámo-nos junto ao “Portão do Laranjeiro” com plena convicção: NAVEGAR É PRECISO…     
 
João Sadler Simões

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